Casais que terminam e voltam ainda tendem a
ser mais impulsivos, tomando decisões precocemente
Terminar um relacionamento não é tarefa fácil, ainda mais
quando ele não acaba de uma vez. Muitas vezes, casais se separam, dão um tempo
e, depois, ficam novamente juntos. Filmes, livros e músicas romantizam o
retorno do casal, mas, segundo a pesquisadora Amber Vennum, da Kansas State
University, nos Estados Unidos, as reconciliações, geralmente, não são tão boas
assim.
A pesquisa,
publicada em fevereiro de 2012, analisou informações de casais de
relacionamento "cíclico" e "não-cíclico", termos usados
pela pesquisadora. As informações coletadas foram avaliadas por uma escala de
resolução de relacionamento, que avalia a qualidade das relações e também é
capaz de prever como elas serão em até 14 semanas.
Amber descobriu que casais de relacionamento cíclico
tendem a ser mais impulsivos, tomando decisões precocemente, como morar junto,
comprar um animal de estimação ou ter um filho. Pessoas envolvidas nesse tipo
de relacionamento também têm a tendência de serem menos satisfeitos com o
parceiro, com problemas de comunicação, baixa autoestima e pouca segurança
quanto ao futuro da relação.
"Se você fica em um vai e vem, parece uma birra
infantil. Você não está seguro da sua escolha", explica a professora e
doutora Denise Pará Diniz, psicóloga e terapeuta comportamental da Unifesp.
Para ela, o ir e vir é desgastante, tanto para as pessoas, como para a relação.
"O próprio processo de adaptação do casal fornece um esforço enorme e
estressante", diz a psicóloga.
De acordo com Alexandre Bez, psicólogo especialista em
relacionamentos pela Universidade de Miami, esse tipo de relacionamento gera
instabilidade e fantasia. "Você está vivendo uma irrealidade, que pode
começar a machucar o outro ou a você mesmo", diz.
Segundo a pesquisa, a maioria dos casais
volta a ficar junto porque um dos indivíduos acredita que o outro mudou,
gerando uma ilusão. "É preciso se lembrar do motivo do término. Muitas
vezes, é por valores existentes, crenças, ideias divergentes, expectativas
diferentes... Tentar mudar só para voltar, normalmente, não dá certo",
afirma a psicóloga Denise. "As pessoas idealizam o companheiro e querem
que ele seja daquele modo, mas não a pessoa que ele realmente é",
finaliza.
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