O vínculo
amoroso:
Todos os
tipos de relacionamento humano subentendem algum grau de conflito. A relação
conjugal condensa expectativas de satisfação de muitas necessidades antigas
que, armazenadas ao longo dos anos, renascem com a esperança de redenção na
interação com o parceiro. Esse é o fenômeno que torna complexo o relacionamento
afetivo: o fato de as pessoas atribuírem ao outro e à própria relação a
condição de resolver suas necessidades internas, muitas vezes contraditórias.
Uma das
condições que confere às relações amorosas um papel tão valioso refere-se ao
seu potencial de contribuição para o crescimento pessoal. O relacionamento
afetivo tanto pode constituir-se em um campo fértil para o crescimento pessoal
que leva à autonomia, à maturidade e à estabilidade, quanto em um campo para a
permanência de conflitos e expressão de desejos primitivos não satisfeitos.
Os problemas
e as dificuldades dos casais são fruto de um jogo conjunto inconsciente,
presente desde a escolha do parceiro, e tendem a ser de quatro tipos:
Primeiro -
Observado em casais em que a interação se define com um parceiro mantendo-se na
posição de protetor, enquanto o outro permanece em um papel frágil e
dependente, compondo, assim, um padrão relacional cuidador-desamparado.
Segundo -
Ocorre quando um dos parceiros perpetua-se no papel de “dominador”, enquanto o
outro exerce um papel passivo.
Terceiro - É
aquela situação em que somente um dos parceiros realiza seu potencial, enquanto
o outro renuncia às próprias necessidades e desejos em favor deste.
Quarto -
Mostra uma relação de inveja e rivalidade, promovendo uma competição crônica
pelo poder.
A relação
tóxica:
A
intensidade, a freqüência e a forma com que são vivenciados esses tipos de
relacionamentos acima determinam seu grau de toxicidade. É tóxica qualquer forma de se relacionar que
precise anular, desqualificar e diminuir a si ou ao outro, para que se sinta
valorizado, amado e respeitado. Numa relação tóxica há poucas condições de
crescimento afetivo, intelectual e psicológico para ambos.
Permanecer
muito tempo em relacionamentos tóxicos compromete a autoimagem. Desta forma, o
pensamento e a autopercepção distorcidos fazem a pessoa permanecer e alimentar
o relacionamento nocivo, pois, desse seu ponto de vista "ruim com ele,
pior sem", isso é o máximo que a pessoa acredita que pode conseguir em
termos afetivos.
A primeira
coisa a fazer para sair dos relacionamentos tóxicos é o autoconhecimento,
incluindo descobrir como aprendeu a se relacionar e que pensamentos
disfuncionais inconscientes sustentam seu modo de encarar amor e
relacionamento. Nada fácil. Portanto, se precisar busque ajuda, mas não se
intoxique mais.
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